Entenda a relação entre a economia americana e a economia brasileira
As economias do Brasil e dos Estados Unidos estão interligadas de várias maneiras. Um aspecto fundamental dessa relação é a influência do banco central americano e de suas políticas sobre a economia brasileira. Para poder fazer previsões sobre o futuro da economia brasileira, é muito importante entender a relação entre a economia do Brasil e o Fed dos EUA, examinando o impacto de suas ações sobre as taxas de juros, os fluxos de capital e a estabilidade econômica geral do Brasil.
O desempenho da economia dos EUA e as políticas do Fed podem afetar significativamente a entrada e saída de fluxos de capitais no Brasil. Investidores geralmente alocam seu capital com base na atratividade relativa de diferentes mercados. Mudanças nas taxas de juros, na perspectiva econômica ou na política monetária dos Estados Unidos podem levar a mudanças nos fluxos globais de capital, afetando as taxas de câmbio e os mercados financeiros do Brasil. O Fed define o “fed funds rate”, que é a taxa de juros pela qual os bancos emprestam fundos uns aos outros durante a noite. Taxas de juros mais altas nos EUA podem atrair investidores estrangeiros que buscam retornos mais altos, potencialmente levando a saídas de capital do Brasil, o que pode valorizar o dólar e fazer com que as taxas de juros no Brasil aumentem.
A situação da economia dos Estados Unidos pode ter efeitos colaterais no Brasil. Como a maior economia do mundo, o desempenho da economia dos Estados Unidos influencia diretamente o cenário econômico global e a confiança dos investidores ao redor do mundo. As desacelerações econômicas nos EUA podem ter um efeito cascata, diminuindo o crescimento global e impactando potencialmente a demanda de exportação do Brasil e a estabilidade econômica geral.
No momento, a economia dos EUA está saindo de taxas de juros historicamente baixas após a pandemia e o Fed está tomando medidas muito agressivas para controlar a inflação que aconteceu nesses últimos 14 meses. Esse ciclo de alta de juros foi o mais rápido em quatro décadas e nenhum outro ciclo de contração monetária nos últimos 40 anos se aproxima do atual em termos de escopo e velocidade. Esse aumento nas taxas aumenta os custos de empréstimos para empresas e indivíduos, o que, por sua vez, reduz os gastos do consumidor e o investimento empresarial. Isso pode ter um efeito de desaceleração no crescimento econômico americano e, como dito acima, certamente terá um efeito cascata na demanda de exportação do Brasil e na estabilidade econômica geral.